OS MECANISMOS DE “FEEDBACK”
A – INTRODUÇÃO
O termo “feedback” vem sido amplamente utilizado, extrapolando muitas vezes os limites do meio científico. Mas qual será o verdadeiro significado deste termo e qual a sua relação com a Homeostase?
Na linguagem popular, “feedback” é considerado como o retorno de uma resposta após a emissão de uma dada informação, ou seja, a resposta esperada após o provimento de uma dada informação. Em um sentido restrito pode-se conceituar “feedback” por uma visão etimológica, considerando-se o radical “feed” (alimentar) e o radical “back” (voltar), assim teríamos o entendimento de um sistema de retroalimentação. Trata-se do retorno das informações do efeito para a causa de um fenômeno.
O “feedback” também pode ser considerado como uma mudança de estado de um componente de um sistema que produz uma interação, reduzindo ou aumentando a resposta do sistema no qual ele está incorporado. Assim, o termo pode, e vem sendo utilizado na Teoria de Sistemas e de Controle, na Biologia e principalmente na Endocrinologia.
No capítulo endocrinologia, o “feedback” é considerado o principal regulador da secreção dos diferentes hormônios em um organismo. Frente aos variados estímulos de natureza química ou neural, o “feedback” deverá ser capaz de manter o organismo regulado e funcional.
Indubitavelmente, o “feedback” está fortemente ligado ao fenômeno da Homeostase. Sem ele, a total harmonia dos sistemas orgânicos é inviável. O conjunto de todos os mecanismos de retro alimentação que serão descritos nesse texto poderá nos dar uma pequena idéia da complexidade deste sistema de integração que objetiva as ações regulatórias que permitem uma condição de vida mais independente.
Quando ocorre a mudança de uma variável, o sistema pode reagir segundo dois tipos de “feedback”: o negativo e o positivo.
B – O “FEEDBACK” NEGATIVO
É a reação pela qual o sistema responde de modo a reverter a direção da mudança e assim tende a manter estáveis as variáveis e permite a manutenção da homeostase.
O sistema de ““feedback” negativo” é o mais comum nos organismos e corresponde à inibição da célula-alvo como resposta ao sinal regulador.
A secreção da maioria dos hormônios é regulada por “feedback” negativo, o que significa que alguma conseqüência da secreção do hormônio atua direta ou indiretamente sobre a célula secretora de modo negativo para inibir a secreção adicional. Isto nos lembra a simplicidade de um termostato. Quando a temperatura em um aposento cai abaixo de algum nível prefixado, o termostato sinaliza à caldeira para que ela produza calor. Quando a temperatura do ambiente sobe até o nível previamente determinado, o sinal do termostato para a caldeira é desligado, e a produção de calor cessa até que a temperatura caia novamente.
O que foi exposto, é um sistema de “feedback” de alça fechada simples, que é análogo à regulação da secreção de glucagon. Neste mecanismo regulatório, a queda da glicose sanguínea que é detectada pelas células alfa das ilhotas de Langerhans faz com que elas liberem o glucagon que estimula o fígado liberar glicose para aumentar a concentração na corrente sanguínea.
LINKS & DOWNLOADS
Mecanismos Gerais de Feedback – Bernadete M.V. Amin
“Feedback” – Wikipédia
“Hipotálamo e Hipófise” – André P. Lourenço, J. Soares Fortunato
“Suprarrenal” – André P. Lourenço, J. Soares Fortunato
“Princípios gerais da fisiologia endócrina” – André P. Lourenço, J. Soares Fortunato
“Supra-Renais” – Disciplina de Fisiologia Veterinária da Universidade Federal Fluminense
“Hipotálamo e Hipófise” – Disciplina de Fisiologia Veterinária da Universidade Federal Fluminense
“Tireoide” – Disciplina de Fisiologia Veterinária da Universidade Federal Fluminense